Este blog é feito especialmente e com carinho para todas as mulheres que buscam crescimento através da leitura e meditação nas Escrituras para que possam a cada dia assemelhar-se mais e mais ao Filho Jesus Cristo e, assim, agradar e servir ao Pai.

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Brigadeirão - a melhor receita de todos os tempos!!

Imagem meramente ilustrativa
     Se você já testou várias receitas de brigadeirão e elas não atingiram suas expectativas, experimente esta, que já foi testada muitas e muitas vezes e é passada de geração a geração em minha família!! E lembre-se de um ingrediente muito especial: "Todos os vossos atos sejam feitos com amor" ICo 16.14!

Bata rapidamente no liquidificador:

  • 6 ovos inteiros
  • 2 latas de leite condensado
  • 2 colheres de sopa de margarina
  • 2 xícaras (não muito cheias) de NESCAU


     Untar uma forma com burcado no meio com bastante manteiga. Jogar a massa na forma e colocar papel alumínio por cima. Embaixo da forma colocar uma assadeira com água e vinagre (banho-maria) e assar por aproximadamente 40 minutos (retirar do forno quando a massa atingir um ponto parecido com gelatina, ou seja, não líquida, mas não dura). Deixar na geladeira por aproximadamente duas horas antes de servir.

Um romance às escondidas - Rute 3

     Rute 1 apresenta uma mulher amargurada, seca, sem saber quais direções sua vida tomará, mas que em alguns pequenos versos mostra sua fé no Deus de seu povo. Rute 2 apresenta o Deus que derrama a benção e a  misericórdia àqueles que buscam refúgio debaixo de suas asas.  E Rute 3 mostra como Deus responde as orações usando iniciativas estratégicas humanas. De certo, este incrível enredo de novela aponta para o Deus que é misericordioso, para o amor fiel em prática e para as recompensas das boas escolhas. 

"Certo dia, Noemi, sua sogra, lhe disse: "Minha filha, tenho que procurar um lar seguro, para sua felicidade.
Boaz, aquele com cujas servas você esteve, é nosso parente próximo. Esta noite ele estará limpando cevada na eira.
Lave-se, perfume-se, vista sua melhor roupa e desça para a eira. Mas não deixe que ele perceba você até que tenha comido e bebido.
Quando ele for dormir, note bem o lugar em que ele se deitar. Então vá, descubra os pés dele e deite-se. Ele lhe dirá o que fazer".
Respondeu Rute: "Farei tudo o que você está me dizendo".
Então ela desceu para a eira e fez tudo o que a sua sogra lhe tinha recomendado.
Quando Boaz terminou de comer e beber, ficou alegre e foi deitar-se perto do monte de grãos. Rute aproximou-se sem ser notada, descobriu os pés dele, e deitou-se.
No meio da noite, o homem acordou de repente. Ele se virou e assustou-se ao ver uma mulher deitada a seus pés.
"Quem é você? ", perguntou ele. "Sou sua serva Rute", disse ela. "Estenda a sua capa sobre a sua serva, pois o senhor é resgatador. "
Boaz lhe respondeu: "O Senhor a abençoe, minha filha! Este seu gesto de bondade é ainda maior do que o primeiro, pois você poderia ter ido atrás dos mais jovens, ricos ou pobres!
Agora, minha filha, não tenha medo; farei por você tudo o que me pedir. Todos os meus concidadãos sabem que você é mulher virtuosa.
É verdade que sou resgatador, mas há um outro que é parente mais próximo do que eu.
Passe a noite aqui. De manhã veremos: se ele quiser resgatá-la, muito bem, que resgate. Se não quiser, juro pelo nome do Senhor que eu a resgatarei. Deite-se aqui até de manhã".
Ela ficou deitada aos pés dele até de manhã, mas levantou-se antes de clarear a ponto de alguém poder ser reconhecido. Boaz pensou: "Ninguém deve saber que esta mulher esteve na eira".
Por isso disse: "Traga-me o manto que você está usando e segure-o". Ela o segurou, e o homem despejou nele seis medidas de cevada e o pôs sobre os ombros dela. Depois ele voltou para a cidade.
Quando Rute voltou à sua sogra, esta lhe perguntou: "Como foi, minha filha? " Rute lhe contou tudo o que Boaz lhe tinha feito,
e acrescentou: "Ele me deu estas seis medidas de cevada, dizendo: ‘Não volte para a sua sogra de mãos vazias’ ".
Disse então Noemi: "Agora espere, minha filha, até saber o que acontecerá. Sem dúvida aquele homem não descansará enquanto não resolver esta questão hoje mesmo". Rute 3 (NVI)
  
     No primeira versículo, Noemi nos relembra aquilo que tinha em mente desde o capítulo 1.9: que sua nora encontrasse outro marido. E ela insta com Rute para que se apresente a Boaz nesta noite, onde ele estaria limpando cevada na eira (uma provável alusão à comemoração pelo fim da colheita). 
   Rute segue à risca as palavras de Noemi e assim que Boaz se deita para dormir ela lhe descobre os pés e neles se deita. Em determinado ponto, Boaz acorda e a vê aos seus pés. Este é ritual um tanto estranho para nossa cultura, porém o seu significado está relacionado a um estado de compromisso, talvez como um noivado para nós, mostrando que Rute teria esta intenção para com Boaz. Noemi já havia percebido o clima de romance no ar, pois pela atenção especial e proteção à Rute, ela entendeu o interesse dele e aconselha Rute no sentido de corresponder às suas intenções, o que fica evidente no versículo 10 quando o próprio Boaz diz que, agindo dessa forma, ou seja, se dispondo a casar com ele, ela agia com bondade, já que poderia ter ido atrás de um homem mais jovem. Nesta hora, Boaz sente-se agraciado com o gesto de Rute. 
     Preservando-a do julgamento das outras pessoas, ele sugere que ela permaneça com ele até de manhã para não ser vista saindo dali. O texto não oferece nenhuma conotação sexual, até porque sabia-se que havia um outro parente mais próximo que deveria ser resgatador no lugar dele, logo o tal matrimônio não estava ainda confirmado. Novamente ele a protege e favorece, dando-lhe seis medidas de cevada para que levasse até Noemi. Por sua experiência, Noemi soube que ele não descansaria enquanto não resolvesse a questão com o outro resgatador.
     Em seu livro Teologia do Antigo Testamento, Paul House, nos esclarece que Deus responde às orações dando as oportunidades para a ação humana. Veja a tabela abaixo:



O desejo
A oportunidade
Rt 2.12 – o desejo de Boaz de que Rute encontrasse bênçãos sob as asas de Deus.
Rt 3.9 – a oportunidade que ele tinha de agir e abençoá-la.
Rt 1.8,9 – o desejo de Noemi de que Rute tivesse a segurança de um marido.
Rt 3.1-4 – a oportunidade que Noemi tinha de ajudá-la a encontrar um marido.
Rt 2.11,12 – a crença de Boaz de que Deus recompensa as boas escolhas.
Rt 3.10 – sua oportunidade de ver este mesmo Deus o recompensando pela bondade que estendeu a Rute


     Ainda sobre Boaz, House escreve "Novamente, todo o seu desejo por Rute é fundamentado nas suas convicções sobre seu caráter.  Ele escolhe uma "boa esposa" baseado em padrões de sabedoria (Pv 31.10-31) e inclui em sua generosidade aquela a quem e por quem Rute provou seu valor (Noemi)."
   Como casamentos poderiam ser diferentes se as mães apresentassem a seus filhos e filhas o modelo de caráter, fé e sabedoria que vemos em Boaz e os instruíssem a que fossem rapazes como ele ou que se casassem com rapazes como ele. 
     Sobre Deus e sobre nossas atitudes percebemos:
     Se Deus concede misericórdia ao humilde,  eu posso clamar a este Deus em momentos difíceis (desesperança, crises, cansaços físicos...);
     Se Deus honra as escolhas sábias que fazemos, eu posso obedecer sabiamente às suas instruções (ouvindo o que Deus diz na Palavra sobre quem namorar, como disciplinar e educar os filhos, como reagir em determinadas situações, como amar o próximo...);
     Se Deus oferece suas respostas através da iniciativa humana, eu posso confiar nelas e ficar atenta às oportunidades que Ele dá (mesmo que a espera seja longa, mesmo que a oportunidade pareça difícil e desgastante).
   O Deus que direciona a vida de Rute e Noemi é o mesmo Deus que está conosco todos os dias, protegendo e direcionando nossas histórias. Você pode ver a mão de Deus? Confira o desfecho deste romance na próxima postagem!



    

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A esperança reacesa - Rute 2

    Rute 1 apresenta uma mulher amargurada, seca, sem saber quais direções sua vida tomará, mas que em alguns pequenos versos mostra sua fé no Deus de seu povo. Rute 2 apresenta o Deus que derrama a benção e a  misericórdia àqueles que buscam refúgio debaixo de suas asas.

"Noemi tinha um parente por parte do marido. Era um homem rico e influente, pertencia ao clã de Elimeleque e chamava-se Boaz.
Rute, a moabita, disse a Noemi: "Vou recolher espigas no campo daquele que me permitir". "Vá, minha filha", respondeu-lhe Noemi.
Então ela foi e começou a recolher espigas atrás dos ceifeiros. Por acaso entrou justamente na parte da plantação que pertencia a Boaz, que era do clã de Elimeleque.
Naquele exato momento, Boaz chegou de Belém e saudou os ceifeiros: "O Senhor esteja com vocês! " Eles responderam: "O Senhor te abençoe! "
Boaz perguntou ao capataz dos ceifeiros: "A quem pertence aquela moça? "
O capataz respondeu: "É uma moabita que voltou de Moabe com Noemi.
Ela me pediu que a deixasse recolher e juntar espigas entre os feixes, após os ceifeiros. Ela chegou cedo e está de pé até agora. Só sentou-se um pouco no abrigo".
Disse então Boaz a Rute: "Ouça bem, minha filha, não vá colher noutra lavoura, nem se afaste daqui. Fique com minhas servas.
Preste atenção onde os homens estão ceifando, e vá atrás das moças que vão colher. Darei ordem aos rapazes para que não toquem em você. Quando tiver sede, beba da água dos potes que os rapazes encheram".
Ela se inclinou e, prostrada rosto em terra, exclamou: "Por que achei favor a seus olhos, a ponto de o senhor se importar comigo, uma estrangeira? "
Boaz respondeu: "Contaram-me tudo o que você tem feito por sua sogra, depois que você perdeu o marido: como deixou seu pai, sua mãe e sua terra natal para viver com um povo que pouco conhecia.
O Senhor lhe retribua o que você tem feito! Que você seja ricamente recompensada pelo Senhor, o Deus de Israel, sob cujas asas você veio buscar refúgio! "
E disse ela: "Continue eu a ser bem acolhida, meu senhor! O senhor me deu ânimo e encorajou sua serva — e eu sequer sou como uma de suas servas! "
Na hora da refeição, Boaz lhe disse: "Venha cá! Pegue um pedaço de pão e molhe-o no vinagre". Quando ela se sentou junto aos ceifeiros, Boaz lhe ofereceu grãos tostados. Ela comeu até ficar satisfeita e ainda sobrou.
Quando ela se levantou para recolher, Boaz deu estas ordens a seus servos: "Mesmo que ela recolha entre os feixes, não a repreendam!
Pelo contrário, quando estiverem colhendo, tirem para ela algumas espigas dos feixes e deixem-nas cair para que ela as recolha, e não a impeçam".
E assim Rute colheu na lavoura até o entardecer. Depois debulhou o que tinha ajuntado: quase uma arroba de cevada.
Carregou-o para o povoado, e sua sogra viu o quanto ela havia recolhido quando Rute trouxe e lhe ofereceu o que havia sobrado da refeição.
"Onde você colheu hoje? ", a sogra lhe perguntou: "Onde trabalhou? Bendito seja aquele que se importou com você! " Então Rute contou à sogra com quem tinha trabalhado: "O nome do homem com quem trabalhei hoje é Boaz".
E Noemi exclamou: "Seja ele abençoado pelo Senhor, que não deixa de ser leal e bondoso com os vivos e com os mortos! " E acrescentou: "Aquele homem é nosso parente; é um de nossos resgatadores! "
Continuou Rute, a moabita: "Pois ele mesmo me disse também: ‘Fique com os meus ceifeiros até que terminem toda a minha colheita’ ".
E Noemi aconselhou à sua nora Rute: "É melhor mesmo você ir com as servas dele, minha filha. Noutra lavoura poderiam molestá-la".
Assim Rute ficou com as servas de Boaz para recolher espigas, até acabarem as colheitas de cevada e de trigo. Entretanto, ela ficou morando com a sua sogra." Rute 2 (NVI)

     Rute e Noemi saem das terras de Moabe e retornam a Belém em pleno início da colheita, popularmente, "com uma mão na frente, outra atrás". Ciente de que precisaria sustentar a sogra, Rute faz algo que era comum àqueles que não tinham como se alimentar. Existia uma espécie de lei para proteção dos mais pobres: as espigas que caíssem numa lavoura não deveriam ser recolhidas pelos ceifeiros, mas eram destinadas aos desfavorecidos. Assim, Rute vai procurar uma plantação onde pudesse recolher as espigas para alimentar a si mesma e a sogra. A soberania de Deus faz com que Rute entre justamente na parte da plantação que pertencia a um homem do clã de Elimeleque, marido de Noemi. A Bíblia usa a palavra "casualmente" (v.3) para mostrar que Rute não sabia a quem pertencia a plantação. O primeiro versículo já apresenta seu dono: Boaz, um homem rico e influente. Outra lei precisa ser conhecida por nós antes de prosseguirmos com a leitura: sempre que uma mulher ficasse viúva e não tivesse filhos, a lei determinava que seu cunhado ou outro parente próximo estipulado se tornasse o seu "resgatador", ou seja, àquele que se casaria com a viúva para que esta gerasse descendência que perpetuasse o nome de seu marido para que também suas posses, como as propriedades e terras, permanecessem no mesmo clã.
     No momento em que ela está nas plantações de Boaz, este chega da cidade e sauda seus ceifeiros, numa mostra de cordialidade que demonstra sua fé: "O Senhor esteja com vocês!". Conversando com eles, Boaz soube da procedência de Rute, bem como sua lealdade à sogra. A fama de Rute se espalhava por causa de seus feitos em amor a Noemi. Todos souberam que Noemi estava de volta e que Rute havia deixado sua família, seu povo e seus deuses para viver entre eles e adorar o único Deus.
    Boaz escolhe ser bondoso com aquela que havia agido bondosamente e permite não só que ela permaneça entre os ceifeiros como a cobre com proteção especial. Quando Rute volta pra casa e conta tudo o que aconteceu na lavoura a Noemi um raio de esperança brota de seu coração: "Seja ele abençoado pelo Senhor, que não deixa de ser leal e bondoso com os vivos e com os mortos!(...)Aquele homem é nosso parente; é um de nossos resgatadores!". Quais serão as motivações de Boaz? Será que ele a favorece apenas  por ser gentil? Existe algum interesse romântico de sua parte? Continue acompanhando conosco!
    
    Lições aprendidas:
    Deus: sua misericórdia se estende ao coração aflito e lhe dá esperanças! Seus planos para seu povo alcançam e abençoam pessoas especiais.

    Boaz: mostra sua convicção de que aqueles que buscam a Deus encontram bençãos. Por ser um bom homem, decide proteger e favorecer Rute pois percebeu seu caráter.

    Noemi: tem suas esperanças reacesas pelo Senhor e não deixa de aconselhar sabiamente sua nora Rute. Onde antes havia uma seca alma nasce um sol e ela, mais uma vez, credita as bençãos ao Senhor!

    Rute: voltou para Israel por causa de Noemi, era estrangeira e mal vista por ser moabita, foi para a roça com homens que poderiam abusar sexualmente dela e ali trabalha diligentemente dia após dia por amor à sogra. Seu altruísmo é um exemplo do amor verdadeiro: uma mulher abandonando sua própria vida em favor de outra. E, sendo assim, foi grandemente abençoada pelo Senhor, que através de Boaz, lhe deu tudo e mais do que precisava. Isto porque Deus honra as escolhas sábias que fazemos. 

     O sol volta a brilhar para Rute e Noemi. Deus reaviva a esperança em seus corações!

Uma alma seca - Rute 1

 

     O livro de Rute narra a encantadora história de uma mulher que decide abandonar seu povo, deuses e sonhos para cuidar e amparar sua sogra. Percorreremos os quatro capítulos deste livro e postaremos as lições aprendidas. De certo, este incrível enredo de novela aponta para o Deus que é misericordioso, para o amor fiel em prática e para as recompensas das boas escolhas. Acompanhe o primeiro capítulo:
   

"Na época dos juízes houve fome na terra. Um homem de Belém de Judá, com a mulher e os dois filhos, foi viver por algum tempo nas terras de Moabe.O homem chamava-se Elimeleque, sua mulher Noemi e seus dois filhos Malom e Quiliom. Eram efrateus de Belém de Judá. Chegaram a Moabe, e lá ficaram.Morreu Elimeleque, marido de Noemi, e ela ficou sozinha, com seus dois filhos.Eles se casaram com mulheres moabitas, uma chamada Orfa e a outra Rute. Depois de terem morado lá por quase dez anos,morreram também Malom e Quiliom, e Noemi ficou sozinha, sem os dois filhos e o seu marido.Quando Noemi soube em Moabe que o Senhor viera em auxílio do seu povo, dando-lhe alimento, decidiu voltar com suas duas noras para a sua terra.Assim ela, com as duas noras, partiu do lugar onde tinha morado. Enquanto voltavam para a terra de Judá,Noemi disse às duas noras: "Vão! Voltem para a casa de suas mães! Que o Senhor seja leal com vocês, como vocês foram leais com os falecidos e comigo.O Senhor conceda que cada uma de vocês encontre segurança no lar doutro marido". Então deu-lhes beijos de despedida. Mas elas começaram a chorar bem altoe lhe disseram: "Não! Voltaremos com você para junto de seu povo! "Disse, porém, Noemi: "Voltem, minhas filhas! Por que viriam comigo? Poderia eu ainda ter filhos, que viessem a ser seus maridos?Voltem, minhas filhas! Vão! Estou velha demais para ter outro marido. E mesmo que eu pensasse que ainda há esperança para mim — ainda que eu me casasse esta noite e depois desse à luz filhos,iriam vocês esperar até que eles crescessem? Ficariam sem se casar à espera deles? De jeito nenhum minhas filhas! Para mim é mais amargo do que para vocês, pois a mão do Senhor voltou-se contra mim! "Elas então começaram a choram bem alto de novo. Depois Orfa deu um beijo de despedida em sua sogra, mas Rute ficou com ela.Então Noemi a aconselhou: "Veja, sua concunhada está voltando para o seu povo e para o seu deus. Volte com ela! "Rute, porém, respondeu: "Não insistas comigo que te deixe e não mais a acompanhe. Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus!Onde morreres morrerei, e ali serei sepultada. Que o Senhor me castigue com todo o rigor, se outra coisa que não a morte me separar de ti! "Quando Noemi viu que Rute estava de fato decidida a acompanhá-la, não insistiu mais.Prosseguiram, pois, as duas até Belém. Ali chegando, todo o povoado ficou alvoroçado por causa delas. "Será que é Noemi? ", perguntavam as mulheres.Mas ela respondeu: "Não me chamem Noemi, chamem-me Mara, pois o Todo-poderoso tornou minha vida muito amarga!De mãos cheias eu parti; mas de mãos vazias o Senhor me trouxe de volta. Por que me chamam Noemi? O Senhor colocou-se contra mim! O Todo-poderoso me trouxe desgraça! "Foi assim que Noemi voltou das terras de Moabe, com sua nora Rute, a moabita. Elas chegaram a Belém no início da colheita da cevada." Rute 1 (NVI)

     Tudo acontece na época dos juízes onde não havia rei em Israel e cada um fazia o que achava certo. Até que houve fome na terra e a família de Noemi foi viver na terra dos moabitas, que eram vistos com maus olhos pelos israelitas (os moabitas eram descendentes do incesto de Ló citado em Gn 19.6-38). E ali, nas terras de Moabe, Noemi enfrenta verdadeiras tragédias: seu esposo morre e, passado algum tempo, seus dois filhos morrem. Só lhe restam as duas noras, Rute e Orfa. Na sociedade patriarcal em questão, o marido era o provedor, ficando a mulher dependente dele para seu sustento básico. Logo, Noemi encontrava-se desamparada financeiramente, e, por certo, já não era jovem para que se casasse novamente e gerasse filhos que lhe sustentassem e reivindicassem as terras e o nome de seu esposo. Sabendo que em seu povo, o povo escolhido de Deus, a fome já cessara e que desfrutavam de tempos melhores, Noemi decide retornar à sua terra. O versículo 6 mostra de forma interessante que Noemi sabia que a fartura do seu povo provinha das bençãos de Deus em seu favor. Ela começa a dar mostras de sua fé no único Deus.
     Decidida, Noemi se despede de suas noras rogando a Deus que as abençoasse e providenciasse novos lares para ambas. Orfa volta para sua família, mas Rute, abrindo mão das esperanças que o futuro pudesse lhe trazer, escolhe permanecer com Noemi e cuidar dela. Numa linda declaração de amor à sogra, ela afirma que considerará o seu povo e o seu Deus, Yahweh, como sendo dela e deixa claro sua lealdade à sofrida e amarga Noemi, que perdera tudo o que tinha.
     Embora Noemi creditasse todos os acontecimentos ao seu Deus e desse mais mostras de sua fé  (nos versículos 6,9,13,20,21), nela não havia esperanças ou sonhos quanto ao futuro, sua amargura e tristeza se tornaram latentes. Pela experiência que passaram, estas mulheres aprenderam que Deus pode dar alegrias, mas que também permite que coisas desagradáveis e tristes ocorram, e que tudo parte de suas mãos. E neste momento, Noemi não conseguia enxergar além de seu sofrimento, ficando o futuro completamente nebuloso e terrível para ela. Apesar de sua fé, ela sofre pelo momento e pela incerteza.
     É verdade que nestas horas nem sempre somos otimistas. Exite uma teologia pregando que o cristão jamais deve sofrer, e caso sofra, jamais deve entristecer-se. Mas grande seria a hipocrisia de alguém que enfrenta a morte de entes queridos, doenças terríveis, catástrofes financeiras ou filhos que se perdem no mundo e diz não sentir dor ou não se questionar. Por natureza, ficamos aflitos. Sofremos. A grande lição ensinada por Noemi é que, apesar de toda a dor - e, sim, sua alma está seca - ela é consciente de quem trouxe a bonança e a desgraça, e, no momento do capítulo 1, ela não sabe o que resultará de sua fé. 
   Não deixe de acompanhar conosco o desenrolar desta história e aprender que o único Deus é misericordioso com seu povo e tem planos maiores que nossa mente limitada consegue ver.