Este blog é feito especialmente e com carinho para todas as mulheres que buscam crescimento através da leitura e meditação nas Escrituras para que possam a cada dia assemelhar-se mais e mais ao Filho Jesus Cristo e, assim, agradar e servir ao Pai.

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sexta-feira, 20 de julho de 2012

A Desvalorização da Maternidade e o Inverno Demográfico - Existe uma Relação? - Por Talita

Querida leitora, gosto demais de um blog que fala sobre maternidade e dele extraí o texto abaixo. Reflita nas considerações trazidas por ele e leia outros artigos clicando no link abaixo:










Cerca de 2 meses atrás, assisti a um documentário de 2008 chamado Inverno Demográfico - o declínio da família humana. Ele me deixou perplexa e me fez refletir sobre alguns dos impactos negativos que os avanços do feminismo e a constante desvalorização da maternidade em nossa sociedade (em detrimento de outras carreiras consideradas superiores) têm sobre todos nós - mulheres e homens. Não quero atacar os movimentos feministas em si e nem ignorar as conquistas positivas que eles nos trouxeram, mas hoje quero falar um pouco sobre o que este filme em particular trata - resumindo os pontos-chaves - e compartilhar brevemente a minha própria opinião e experiência sobre este tão delicado assunto em nossa sociedade.
No documentário, peritos e acadêmicos de diferentes países e diversas áreas de estudo - dentre eles demógrafos, sociólogos, economistas, parlamentares, psicólogos, para citar alguns - apresentam e alertam para um fenômeno conhecido como "inverno demográfico", que é a sensível queda na taxa de natalidade e consequente envelhecimento da população de determinados países.
Esse fenômeno é o resultado da combinação de uma série de fatores (que sintetizo logo abaixo) e o paradoxo é que, paralelamente a tecnologia e conhecimento da medicina terem avançado a passos largos e aumentado em muitos anos a expectativa de vida da população, cada vez mais a taxa de natalidade desses países ricos decresce e a população envelhece. Dentre eles estão muitos países da Europa, o Japão e até os Estados Unidos, para citar apenas alguns. O filme não fala especificamente sobre o Brasil, mas eu vejo que com os avanços econômicos dos últimos anos estamos nitidamente caminhando na mesma direção. Inclusive, depois que assistimos ao documentário, meu marido foi consultar o site do IBGE e ficou surpreso ao ver as estatísticas - a figura abaixo ele publicou no facebook. Notem como de 30 anos para cá, a população de 0 a 14 anos diminui e continua diminuindo.

Acompanhe as linhas do ibge de 0 a 15 anos, todas elas estão descendo! Isso significa que a população está aumentando, mas não porque nasce muita gente é porque estamos morrendo mais tarde.

Adam Smith, o pai da economia moderna que viveu no século 18, já associava crescimento populacional à prosperidade e declínio populacional à depressão. No entanto, o que se observa na atualidade é que com maior prosperidade, as pessoas tendem a ter menos filhos. Curioso, não? O resultado é que quando, ano após ano, a taxa de natalidade de um país fica inferior à taxa de reposição populacional (que é 2,1 filhos por mulher), a população não é reposta e o país regride economicamente em vez de crescer.
Dentre as muitas preocupações, a mais fácil de se compreender é que com uma população envelhecida, vivendo anos e anos sem trabalhar e usufruindo do benefício da aposentadoria - uma vez que a expectativa de vida só tem crescido - como ficará a situação da nova geração de jovens economicamente ativos que terá de trabalhar para pagar os impostos necessários para manter o sistema funcionando? A bomba da previdência e custos com a saúde é apenas um dos aspectos alarmantes do fenômeno do "inverno demográfico", outro é a forma como as crianças de hoje estão sendo educadas (sem a presença dos pais e, sobretudo, da mãe que passa o dia todo fora de casa) e como isso afeta não somente seu desenvolvimento emocional e cognitivo como também seu comportamento ao longo da vida.
Além de apresentar as terríveis consequências do "inverno demográfico", o filme se propõe a analisar o que considera as 5 principais causas deste fenômeno. E é nelas que desejo focar.

Veja quais são:

AS CAUSAS DO INVERNO DEMOGRÁFICO

1. Mulheres no mercado de trabalho.
Crescente valor do tempo de mães instruídas e que trabalham fora. Quanto mais bem sucedidas as mulheres se tornam no mercado de trabalho antes de terem filhos, mais altos os custos para abrirem mão dele quando têm filhos. Nos EUA, por exemplo, as mulheres terem um nível educacional maior do que os homens já é uma realidade.

2. Maior prosperidade.
Há mais dinheiro para ser gasto, é verdade, mas há também maiores aspirações na vida. Como sociedade desejamos mais bens e serviços para nós mesmos e também para os nossos filhos. Ter maior poder aquisitivo não significa apenas que podemos comprar mais com o nosso dinheiro, mas que preferimos nos isolar em vez de viver em grupo (comunidade). Por isso um pensamento muito comum entre casais jovens de hoje em dia é ter menos filhos para poder investir mais (financeiramente) na vida de cada um deles.

3. Revolução sexual.
Estudiosos concordam que a revolução sexual foi o evento mais marcante do século 20 e da história moderna. Com os direitos iguais entre homem e mulher e o controle da natalidade, não foi somente o comportamento das pessoas que mudou, a família também mudou... enfim, o mundo todo mudou! E mudou de forma tão profunda que afetou drasticamente as escolhas que as pessoas fazem com relação a sexo, casamento, filhos e trabalho. Um impacto dessa mudança de comportamento, por exemplo, é que o uso da pílula anticoncepcional diminuiu em 70% a gravidez indesejada entre mulheres casadas. Outro impacto - pouco discutido atualmente, inclusive - é o número crescente de casais amasiados (pessoas que moram juntas mas que não são casadas). Casais que moram junto tendem a ter menos filhos do que casais casados no papel - e essa experiência também retarda a idade em que as pessoas se casam pra ter filhos. Uma das maiores causas para a baixa fertilidade de um país é as pessoas terem filhos cada vez mais velhas.

4. Reforma na lei dos divórcios.
Pesquisas sugerem que a reforma nas leis concernentes ao divórcio resultou num aumento de cerca de 20% de divórcios nos EUA. O risco de que o casamento se desfaça de uma hora para outra (sem um motivo real já que a nova lei facilita a separação) diminui as chances do casal de ter outro filho uma vez que nem o marido ou a esposa tem qualquer garantia de que o cônjuge permanecerá no lar no ano seguinte.

5. Suposições incorretas.
Previsões alarmantes de superpopulação na década de 1970 em que se perguntava se haveria falta de comida no planeta para alimentar uma população que no último século havia quadruplicado. No maior período de crescimento populacional na história humana, a comida se tornou mais barata e abundante. O preço (ajustado internacionalmente) do arroz, trigo e milho caiu em cerca de 70% durante esse período. Essas concepções falsas foram popularizadas por pessoas que não entendiam de demografia.

Conclusão:
Enquanto sociedade, não gostamos de falar sobre as causas do "inverno demográfico" porque não queremos ofender ninguém. Certamente nenhuma dessas causas pode ser contornada facilmente, porém elas apontam para o que somos e o que nos tornamos nesse período pós-moderno!


 MINHA REFLEXÃO SOBRE A DESVALORIZAÇÃO DA MATERNIDADE

Quando me tornei mãe, muitos dos meus pensamentos com relação à maternidade mudaram radicalmente. Este processo foi e ainda é doloroso porque romper com o que é tão fortemente valorizado pela sociedade (e por você mesmo) está longe de ser algo simples. A gente rema contra a maré e recebe muitas críticas (a maioria velada), mas não julgo ninguém por isso porque alguns anos atrás eu mesmo pensava exatamente igual! Quando ouvia dizer de alguma mulher que havia largado o emprego pra ficar em casa criando os filhos, no meu íntimo julgava-a como sendo fraca e completamente retrógrada, imaginando que um dia ela se arrependeria - afinal, como a gente ouve tanto, "a gente se sacrifica pelos filhos, mas eles não dão valor". E vejo hoje como isso é e foi resultado daquilo reforçado pela sociedade o tempo todo de muitas e variadas formas - dentre elas, exemplos de pessoas reais, de pessoas fictícias, de comentários que a gente ouve por aí, daquilo que é idealizado nas propagandas de TV, nos filmes, enfim, são inúmeros os meios. Para ilustrar com um caso real, recentemente ouvi uma pessoa que pretende casar dizer a seguinte frase sobre a futura noiva e os filhos que um dia terão: "Não, coitada, quero que ela trabalhe sim. Já pensou fulana ficar o dia todo presa dentro de casa cuidando de criança?".
Somos bombardeadas com mensagens que insinuam que uma mulher só é bem sucedida se for reconhecida profissionalmente. E como maternidade não é uma profissão, bem... então o jeito é ter pelo menos um filho para se realizar como pessoa (porque há toda uma aura em cima disso também) e depois pagar alguém para cuidar dele pra nós (não sem ser aterrorizada por culpa, é verdade). E, assim, terceirizamos a educação dos nossos bens mais preciosos porque acreditamos que, sendo muito mais capacitadas do que os homens (e nos orgulhamos disso), nós mulheres precisamos sair pra realizar outras conquistas "maiores e melhores".
Tudo bem, posso estar exagerando, sei que não é todo mundo que pensa assim - pelo menos não conscientemente - e sei também que muitas mulheres não têm opção e precisam trabalhar para sustentar ou complementar a renda em casa. Mas a verdade inegável e o meu ponto principal é que em nossa sociedade pós-moderna a maternidade está cada vez menos valorizada. E o resultado disso é desastroso!
Por favor, antes que você fique brava comigo, entenda que não estou dizendo que sou contra a mulher estudar ou trabalhar fora, está bem? Muito pelo contrário - acho importante e muito válido que a mulher faça faculdade, trabalhe, mesmo porque para ela ser uma boa mãe acredito que ela precisa ser uma ótima profissional e, claro, uma pessoa esclarecida! Caso contrário, como ela administrará bem a própria casa?
Aliás, há uma outra propaganda negativa muito forte que na minha opinião depõe contra a maternidade. Os casos de mulheres que ficam em casa com os filhos geralmente não são nada encorajadores. Normalmente, a gente imagina uma mulher acima do peso, totalmente descabelada, com as unhas feias, mal-vestida, na maioria das vezes desinformada ou alienada, e estressada que grita o dia todo com os filhos. Na boa... quem se inspira com um modelo de mãe assim? Eu prefiro a mãe em forma, vestida de terninho, criativa, com unhas impecáveis, maquiagem e cabelo penteado que a gente vê nas cenas de filme! Haha! Você não? Mas eu acredito que esses modelos estão equivocados e por isso este blog existe - para servir de inspiração para outras mamães que entendem que seu papel é muito mais do que apenas dar à luz aos filhos. E para que elas saibam que podem priorizar a família (como Deus quer) sem deixar de lado outros papeis na vida.
A maternidade não precisa ser um martírio. Educar os próprios filhos é uma bênção de valor e resultados INCALCULÁVEIS! Antes de ter filhos, eu acreditava que nunca seria como as mulheres que largam a carreira para ficar com o filho em casa. Mas quando chegou a minha vez, engoli meu próprio orgulho e admiti que eu não poderia deixar para outro fazer o que é minha responsabilidade: educar minha filha. Como mãe de um recém-nascido, a gente enfrenta muita culpa e sentimentos ambíguos sobre o que é mais importante para o nosso filho e família naquele momento. Penso que não somos suficientemente preparadas para a maternidade, infelizmente. Aliás, somos induzidas a pensar que "ser mãe" é apenas mais uma das muitas realizações pessoais que devemos buscar para sermos pessoas felizes, completas e bem-sucedidas.
Hoje eu não acredito que este seja o propósito final da maternidade. Acho que ser mãe apenas para se realizar pessoalmente, sem entender o propósito de Deus para a família, é errar o alvo.
Sabia que o impacto que você faz na vida do seu filho - seja ele positivo ou negativo - vai perdurar por muitas e muitas gerações, alcançando pessoas da sua descendência (mas não somente elas) quando você não mais existir? Uau, seus filhos fazem parte do seu legado! Eles são o seu bem mais precioso. E como mulher você tem o dom de gerar, mas não somente isso, tem o dom e o chamado de educá-los para a vida, de ensiná-los no caminho em que devem andar, de pastorear seus corações, de apontá-los para Cristo e de, como flechas na mão do guerreiro (Salmo 127:4), enviá-los para cumprir a missão de Deus para eles nesta Terra. Claro que tudo isso com apoio e ajuda do maridão e também com uma boa dose de conhecimento. Há tantos livros e materiais recheados de conteúdos práticos e relevantes para quem quer alcançar o coração dos filhos, estabelecer uma rotina saudável no lar, ajudá-los a desenvolver suas capacidades inatas e educar à maneira de Deus! É só pesquisar um pouquinho que você encontra muita coisa boa.
O fato é que os primeiros anos de vida são os mais importantes para a formação do caráter de uma pessoa e também é o período em que se formam os laços afetivos mais fortes dela. Eu temo pela atual e futuras gerações de crianças criadas em creches e escolas de período integral. Que mensagens elas recebem? Que visão de mundo elas terão? Que valores serão impregnados em suas mentes e corações?
Sei que Deus pode restaurar e curar tudo no futuro, mas isso não nos exime da nossa responsabilidade como mães que entendem que seu primeiro ministério e carreira é para ser exercido dentro do lar. Criar os filhos é por um tempo determinado - tem começo, meio e fim. E os anos que se passam não voltam mais. Depois de criados, quando os filhos deixam de ser crianças e chegam à vida adulta, seu poder de influência diminuirá e eles viverão suas próprias vidas.
Aceitar o desafio de ter filhos e de educá-los conforme os princípios da Palavra de Deus é uma questão de FÉ porque transcende as condições financeiras do casal. Eu imagino que um dos motivos pelos quais casais parem depois do primeiro filho, ou do segundo, ou mesmo nem querem ter filho algum, é não estarem dispostos a abrir mão do conforto material e padrão de vida que alcançaram a sós. Parecem não acreditar no que diz Salmo 127:3 que promete que "os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá". Esse conceito eu ouvi recentemente do pastor de minha igreja e de sua esposa que disseram: "Ultimamente ter filhos é a única bênção que Deus promete dar e que muitos cristãos não querem receber".
Meu marido e eu já sentimos bem esta pressão. Desde o namoro e primeiros anos de casamento sentíamos o desejo de formar uma família grande, com quatro filhos. E toda vez que compartilhávamos essa vontade com alguma pessoa, a piada invariavelmente era algo do tipo: "O quê, vocês são loucos?! Ter tudo isso de filho na época em que vivemos?" ou então "Ah, tá bom... quero só ver. Depois que vocês tiverem o primeiro, a gente volta a conversar". Como casei bem nova (aos 20 anos), me dei ao luxo de esperar bastante antes de começar a ter filhos. Então, aos 27 anos, nasceu a Nicole. E apesar da gestação difícil (9 meses de enjoos e mal-estar) permanecemos firmes no propósito e chamado que acreditávamos que era de Deus, planejando assim a segunda gravidez para logo depois que nossa primogênita completou um ano.
A gestação da Alícia foi igualmente difícil - nove longos e torturantes meses que resultou num parto natural traumatizante. Pra falar a verdade, é algo que eu e nem o meu esposo gostamos de nos lembrar! A diferença foi que da segunda vez, além de ter de aguentar o mal-estar constante (com direito a vômito, azia, fortes dores lombares e hipertensão gestacional), eu ainda tinha uma pequena para cuidar. Foi duro e esta segunda experiência nos fez fraquejar. Depois do nascimento da Alícia, não foram poucas as vezes que meu marido falou de fazer vasectomia para não corrermos qualquer risco de engravidarmos novamente. Ter mais um filho e passar por tudo aquilo novamente (agora com duas pequenas) para ele era algo impensável. E pra mim também. Mas eu pensava: E o nosso sonho de ter quatro filhos? Iríamos simplesmente abrir mão dele e dizer a Deus  "Não, obrigado, não quero esta bênção. Pode passá-la para outro"? Ou ainda, o que dizer da missão que Ele nos deu como casal de formar uma família grande, forte e segundo o coração de Deus - poderíamos simplesmente abdicar dela?
Ainda não sabemos o que acontecerá, mas estamos abertos para Deus nos conduzir e mostrar como Ele quer nos usar para o Seu Reino. Não pensamos em engravidar tão cedo, mas estamos abertos à adoção e, como li num blog de uma mãe adotiva, à "gestação cardíaca" (amei este conceito). Quem sabe Deus nos dê dois irmãozinhos para cuidar daqui a alguns anos? Não sei, é apenas especulação no momento, até porque não temos condição financeira para isso! Ainda mais que pelos próximos 18 a 24 meses eu abri mão do meu trabalho (que corresponde a 50% da nossa atual renda) para poder voltar a estudar e concluir minha faculdade - uma questão de honra! Foi uma decisão difícil, mas acredito que necessária. Não poderia tentar fazer as três coisas e acabar sacrificando o tempo que dedico às meninas, ainda mais nesta fase em que elas estão (Nicole - 3 anos, Alícia - 1 ano). Sei que independente do caminho pelo qual Deus escolher nos conduzir, Ele irá prover com todo o necessário para realizarmos a missão que Ele colocar em nosso coração - tanto o querer quanto o realizar (Filipenses 2:13).
O curioso é que este conceito de que ter filhos é uma questão de FÉ vai ao encontro do que um dos especialistas do documentário afirma. Em sua opinião, o "inverno demográfico" provavelmente não leve a população humana à extinção porque, de fato, ainda há muitas crianças nascendo. Porém, ele diz, esse número de crianças que nascem é desproporcionalmente maior entre pessoas de fé. Na análise dele (um acadêmico não-religioso, que fique bem claro), isso é verdade seja entre judeus ortodoxos, cristãos fundamentalistas ou muçulmanos fundamentalistas porque em todo o mundo o que se vê é que essas pessoas têm famílias maiores do que seus pares não-religiosos!

Percebe como ter ou não filhos é uma questão muito mais profunda?!

Por Talita (www.maternidadeproativa.blogspot.com)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Criando Meninas para a Glória de Deus 3 - por Simone Quaresma


Quando um país entra em guerra, tem objetivos traçados. Quando pensamos em construir uma carreira, ou um grande empreendimento, os alvos a serem atingidos são logo definidos para que possam ser alcançados. Vocês pais, já pensaram sobre quais são seus objetivos finais ao investir na vida de suas meninas? Já conversaram demoradamente sobre o que esperam que elas sejam daqui a 15 ou 20 anos? Por que planejamos os detalhes sobre a construção de uma casa ou a compra de um carro, e sequer pensamos em conversar com nosso cônjuge sobre como investiremos em nossos filhos para colher os resultados desejados, a longo prazo? Por que muitos crentes criam seus filhos na base do “vamos ver no que vai dar”, sem lembrar que a lei de colheita e plantio é implacável? Tenhamos sempre em nossa mente que nossos filhos não são nossos. Como afirmou o Puritano Deodat Lawson, “Os filhos nascidos em nossas famílias são nascidos para Deus.” Somos mordomos de Deus, cuidando de filhos DELE, que graciosamente foram deixados sob nossos cuidados, e certamente Ele nos pedirá contas.
O alvo estabelecido para o futuro de nossas meninas, guiará o ensino que forjaremos nelas. Temos poucos anos para fazê-lo. Não podemos deixar para pensar nisso quando ela estiver na adolescência. Devo ensiná-la desde a mais tenra idade a se portar como a mulher virtuosa de Provérbios. Ao lermos o capítulo 31 deste precioso livro de sabedoria perceberemos que uma qualidade, dentre tantas, salta aos olhos: o serviço. A mulher virtuosa é o retrato fiel da mulher que supre todas as necessidades dos seus, que faz sua casa funcionar de forma que seu marido esteja tranquilo, cuidando dos negócios fora do lar. Ele sabe que, ao sair, deixou alguém altamente competente para gerir as necessidades dele e dos filhos. A mulher virtuosa é multifacetada! Ela costura, busca lã e linho, acorda ainda à noite para dar andamento à casa e ordens às suas empregadas, providencia mantimentos, cuida para que a família esteja aquecida no inverno, e ainda acha tempo para acudir ao necessitado. Note que todas as atividades desta mulher estão voltadas para o lar. Ela compra e vende propriedades pois seu marido confia em seu espírito empreendedor. Ela faz roupas, vende-as e com a renda planta uma vinha. Todo o seu interesse, todas as suas habilidades, tudo o que ela aprendeu se dirige para o bem estar da família. Todo o seu trabalho e todas as suas forças estão voltadas para dentro de casa!
Se almejamos sinceramente que nossas filhas sejam semelhantes a esta mulher, não podemos achar que o ‘cosmos’ a fará ser assim, ou que se dermos ‘sorte’, nossas meninas refletirão o alvo bíblico em sua vida adulta. Não! Precisamos trabalhar arduamente desde cedo pra cunhar um caráter deste em nossas filhas. Ao longo dos anos, sempre que falo à mulheres sobre este assunto, ouço uma frase que me dói os ouvidos :”se minha filha deve ser mãe e dona de casa, para que estou pagando faculdade e curso de inglês para ela?” Pura ignorância. Para ser uma mulher virtuosa, para que o coração do marido confie nela, para que seu marido seja estimado entre os juízes, esta mulher precisa ser muito instruída! Note que Provérbios cita várias áreas de atuação em que ela se sai exemplarmente bem. Entende de comércio, de plantação, administra as servas, é exímia artesã, uma economista de primeira linha e quando abre a boca, fala com sabedoria.
Nossas meninas precisam ser educadas para serem como esta mulher, descrita pelo rei Lemuel. Para isso, sua educação formal, a leitura de bons livros, conhecimento de outras línguas e até a faculdade que ela vai cursar, deve visar seu aperfeiçoamento nos dotes de lidar com o complexo e maravilhosos mundo que se encontra dos portões para DENTRO de nossas casas. Não estamos educando nossas meninas para serem homens de negócios bem sucedidos, nem para ganharem dinheiro, ou serem brilhantes em suas carreiras. Não é este o objetivo da vida delas. Se este não é o objetivo da vida delas, por que então, a treinamos para isso e não para serem como a mulher de Provérbios?
Como já disse no post anterior, eu e Orebe temos apenas uma menina. Temos tido o privilégio de trabalhar em sua vida tanto de modo prático, quanto formando uma ideologia correta em sua mente. Esses dois pilares têm que caminhar juntos. É preciso dizer a elas desde cedo, o quanto o serviço ao próximo é estimado por nosso Senhor. O próprio Deus encarnado veio para servir e dar a sua vida! Elas precisam ver em nós a alegria e a disposição para o serviço ao próximo. Devemos, além de ensiná-las com o exemplo, direcioná-las na prática a amar o trabalho com as mãos, o trabalho árduo em prol da família. Pode parecer até meio fora de contexto e anacrônico dizer isso, mas você precisa ensinar sua filha a cozinhar, a limpar a casa, a lavar e passar roupas! Ela precisará destes ensinamentos quando se casar, e se não for acostumada a fazê-los com alegria, terá sérias dificuldades em seu casamento. Se você permitir que o modo do mundo domine sua filha, ela não se sentirá responsável por dar um bom andamento à sua casa. Não a deixe ficar perdida, sem saber o que fazer numa casa, ensine-a desde cedo as tarefas do lar! Treine-a para ser perita em tudo que fizer. E além disso, cuide de seu espírito, para que ela faça tudo sem murmuração, ciente de que cada prato lavado é para a glória de Deus e para servir ao próximo. Ensine a ela o prazer e a alegria de cuidar e acolher os servos de Deus. Mostre a ela o quanto Deus estima o trabalho de suas mãos e o quanto ela está contribuindo para o crescimento e expansão do reino de Deus. Os reformadores e puritanos tinham uma visão extremamente apurada e bíblica do serviço a Deus e aos homens. Veja algumas citações sobre este aspecto:
“Há uma diferença entre lavar louças e pregar a Palavra de Deus; mas no tocante a agradar a Deus, nenhuma em absoluto.” William Tyndale
“O principal fim de nossas vidas é servir a Deus no serviço aos homens.” William Perkins
Estas verdades tão profundas devem ser incutidas em nossas filhas. Devemos fazê-lo também através de nosso exemplo, servindo com disposição e alegria à família, para que elas desejem ardentemente servir ao Senhor através de seu maior e mais doce chamado: o de ser esposa e mãe!

Criando Meninas para a Glória de Deus 2 - Por Simone Quaresma


Quando falamos sobre educação de meninas, vários aspectos que precisam ser tratados vêm a nossa mente. No entanto, nenhum é tão importante quanto ensiná-las a assumir o papel que Deus determinou para ela na família. O primeiro conceito que surge, então, é o da submissão.
Se voltarmos nossos olhos para o livro de Gênesis, veremos que a mulher foi criada do homem e chamada por Deus de auxiliadora idônea. Isto ocorreu antes da queda, portanto o propósito de Deus em criar o homem como cabeça do lar, nada tem a ver com o pecado. Por que o homem, sendo o líder, necessita de uma auxiliadora? Por que ele não poderia dar conta de tudo sozinho, como um poderoso e soberano senhor do lar? Aí está a perfeição da criação de Deus! Homem e mulher, completando um ao outro. Nas palavras deJoel Beeke, “a glória do homem é que ele é o cabeça; sua humildade é que ele não está completo sem a mulher. A glória da mulher é que só ela pode completar o homem; sua humildade é que ela é feita do homem.” Desta forma, ambos desempenham o papel que Deus estabeleceu para a família. O homem sendo o líder, o que protege, o que ama e dá a vida. A mulher sendo sua ajudadora competente, suprindo suas necessidades, aconselhando-o, acolhendo-o e respeitando-o.
Estes princípios devem ser ensinados, desde cedo, às crianças da família da aliança. O desejo da mulher de ser independente, de cuidar e dar rumo à própria vida, e à dos outros, precisa ser corretamente moldado desde a mais tenra idade. Nossas meninas já nascem querendo dominar, este pecado está profundamente arraigado no coração das mulheres. O texto que narra a queda do homem termina com as maldições lançadas por Deus sobre a serpente, sobre o homem e sobre a mulher. Uma delas é descrita desta forma: “o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará”. Estabelece-se aí uma verdadeira ‘guerra dos sexos’ que só tem solução na Cruz de Cristo. A mulher sempre tentará se impor e se insurgir contra a autoridade dada por Deus ao marido. Ele, por sua vez, tentará dominá-la à força. Como mães, precisamos ensinar nossas meninas a submeterem-se docilmente ao governo generoso de maridos crentes e a domar sua índole controladora.
Quem já não teve a oportunidade de conviver com pequenas tiranas ‘dominadoras de tudo e de todos’ de cinco anos de idade? Quem já não presenciou sua sobrinha ou filha tentando resolver os problemas dos irmãos mais velhos ou dos adultos a sua volta do alto de sua sabedoria pueril? Lembro de quando minha filha tentava, muitas vezes com sucesso, mandar nos três irmãos, não obstante serem mais velhos. Quantas vezes, ela dava palpites e opiniões tão seguras sobre as brincadeiras propostas, que os três meninos sequer hesitavam em seguir a pequena ditadora! Precisamos domar o espírito revolucionário que existe dentro daquelas lindas pimpolhas, enquanto ainda temos chance! Precisamos ensinar a elas que a mulher estará sempre sujeita à autoridade ou do pai ou do marido, e que isso não a diminui. Ela aprenderá muito sobre isso, se nosso relacionamento conjugal for adequado, com um pai dócil e firme, e com uma mãe que tem posições, pensamentos e vontades próprias, mas que se submete, por sua livre escolha, a uma liderança amorosa e cuidadosa, que dará a vida por ela, se necessário! Se sua menina é criada num lar assim, o ensino teórico tem excelentes chances de ser internalizado!
Cada ataque de fúria de sua menina contra autoridades deverá ser uma oportunidade de pastoreá-la. Cada vez que ela se insurgir contra seus irmãos, quiser mandar na brincadeira ou tentar escolher a roupa que ele vai vestir é uma chance de ensino. Toda vez que ela responder a uma pergunta no lugar do irmão, antes mesmo que este tenha tempo de acabar de ouvir a pergunta, é terreno fértil para o aprendizado. Lembro-me de uma lista de frases que eram frequentemente repetidas lá em casa: “Agora é a vez dele resolver qual a brincadeira”; “Deixe que ele escolha o canal que ele quer ver”; “Não perguntei a você, mas a seu irmão”; “Isso não é problema seu”; “Não tente resolver todos os problemas da casa”; “pode deixar que eu cuido disto, eu sou a mãe”; “Eu resolvo, isto não é problema seu!”; e tantas outras parecidas! Não se iluda, não são apenas as meninas mais falantes e extrovertidas que manifestam seu desejo de governar. Não se engane com as meninas mais tímidas e caladas. Se você é mulher como eu, sabe que, de um jeito ou de outro, mandando ou chorando, sempre há em nós o desejo de que tudo saia exatamente como queremos! Talvez sua filha não seja aquela ‘sargentona’ como era a minha aos 4 anos de idade, mas note se suas lágrimas e voz meiga também não se constituem um meio, até mais perigoso, de exercer domínio!
Outra forma de forjar um caráter submisso em nossas meninas é não tentarmos fazer uma ponte prejudicial entre elas e o pai. Muitas mães se tornam verdadeiras advogadas e cúmplices de suas meninas, dando a impressão de que os pais são tiranos, e as mães aliadas. Faça sua menina enxergar que ele é autoridade sobre ela e sobre você também, e que você é uma só carne com ELE, e não com ela! Deixe que ela vá ao pai fazer seus pedidos, e ensine-a a docilmente aceitar um não. Fuja da tentação de ser sempre a intermediária entre eles! E se o pai negar o pedido de sua filha, em momento nenhum, diga a ela que você discorda da decisão dele, e vai tentar convencê-lo. Faça-a confiar na decisão do pai, crendo que ele a ama e quer o melhor para ela, mesmo que, no momento, ela não entenda. Desta forma, você estará contribuindo para que sua filha seja, no futuro, uma esposa que respeita as decisões do marido.
Louvo a Deus por ver minha filha adolescente tornar-se docemente submissa. Se o ensino e a disciplina foram capazes de amansar aquela pimentinha, fará o mesmo por sua menina! Não se sinta desencorajada, persista, persevere no ensino, na admoestação e na disciplina. No tempo apropriado, você colherá doces frutos!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

“O Que Tem Nos Influenciado Mais: as Escrituras ou as Novelas?” por Simone Quaresma


A partir do momento que tomamos conhecimento das verdades de Deus, precisamos nos amoldar a elas. Depois de nossa conversão precisamos urgentemente passar por um processo de revisão de todos os valores cultivados e vividos outrora. O conhecimento de Deus e das verdades bíblicas devem permear nossa forma de pensar, agir e encarar o mundo. Quando o apóstolo Paulo diz em Romanos 12.2 que não devemos nos conformar com este século, ele está nos ensinando que não podemos tomar a forma deste mundo mau, que precisamos ser diferentes, com pensamentos, conceitos, valores remodelados pelo conhecimento do Evangelho. Em seus comentários sobre a epístola de Romanos, João Calvino, analisando este trecho, afirma que: “Visto que o mundo jaz no maligno, então devemos despir-nos de tudo quanto pertence à natureza humana, se verdadeiramente anelamos por vestir-nos de Cristo.”
É somente a partir do momento que colocamos em cheque nossos conceitos, desconfiando de nós mesmos, e depositando na Palavra de Deus nossa confiança irrestrita, é que poderemos experimentar a transformação de que Paulo fala. Seremos transformados pela renovação da nossa mente! Esta renovação consiste em revermos toda a nossa vida pelo padrão das Escrituras. Viver desta forma é andar na contramão do mundo.
A mídia nos assedia dia e noite, querendo nos encher de seus conceitos e valores. O que eu devo vestir, comprar e usar; que tipo de casa devo ter, com que tipo de homem vou me casar, quantos quilos devo pesar. Todas estas são questões levantadas pela mídia. Cabe a nós detectar o que estão tentando vender à nossa família e aceitar ou não.
No meio deste turbilhão de informações fornecidas pelos meios de comunicação encontramos os filmes, seriados e novelas com suas histórias sedutoras, seus romances inebriantes e seus finais arrebatadores. Muitas vezes temos nos assentado como espectadoras não pensantes diante de uma televisão que se propõe a ‘entreter’, mas que na verdade está querendo nos discipular, modelar nossas mentes, mudar o comportamento da sociedade! Por isso meu convite a você é que descubra um poderoso botão que existe no controle remoto, que nos possibilita desligar a TV, tão logo detectemos formas de alimentarmos o mau e o pecado que tenazmente nos assediam. Quando digo isso, não me refiro apenas a cenas imorais e provocantes, mas também àquelas que vão moldando a nossa forma de pensar gradativa e sutilmente. Isto não é feito de forma aberta e honesta, expondo os objetivos corruptos e o desprezo a Deus e a seu reino.
Façamos, então, uma rápida análise de alguns conceitos massivamente expostos nas novelas, contrapondo-os ao padrão que devemos seguir: (clique na imagem para aumentá-la)
Tantas mentiras ditas em tão pouco tempo, que tomam forma de verdade e grudam em nossa mente, de forma tão feroz que não nos permitem questionar ou contradizer! Precisamos sacudir-nos deste sono mortífero! Precisamos urgentemente entender que tudo que se passa ali naquela telinha é de mentirinha, portanto, não pode servir de padrão para nós. Nas novelas e filmes, ninguém trabalha 8 horas por dia, pega metrô lotado, ninguém enfrenta fila de banco, mercado ou combustível. Os apartamentos estão prontos e incrivelmente decorados quando a esposa abandona o marido e o filho e se muda para viver sua paixão. As moças que engravidam dos namorados continuam estudando, pagam babás, têm o apoio irrestrito dos pais, e a vida segue normalmente. Este é um mundo imaginário, sem paralelo com o mundo real.
No salmo 1, Davi nos ensina que bem-aventurado é o homem que não toma parte e não é cúmplice da forma de pensar do homem ímpio. Quando nossa mente é encharcada pela ideologia do mundo, ensinada pela televisão, acabamos nos tornando como este homem, que paulatinamente vai se chegando, concordando, pensando igual, defendendo e, por fim, praticando as mesmas obras corruptas.
  • Quanto tempo dedicamos à leitura da Palavra de Deus, de bons livros, artigos edificantes?
  • Temos feito nosso culto doméstico diariamente com nossa família, a fim de instruí-la nos caminhos do Senhor?
  • Temos aproveitado todo o tempo disponível para estar no meio dos crentes, falando coisas santas, compartilhando das coisas de Deus?
  • Temos dado a devida importância ao 4º mandamento, guardando o dia do Senhor como Ele requer de nós?
  • A hora da novela é mais sagrada do que domingo?
  • Desesperamo-nos se não conseguimos chegar a tempo do capítulo da novela, mas somos relaxadas com a hora de prestar culto solene ao Senhor? Todas estas perguntas precisam de respostas!
Que Deus nos dê a bênção de refletir sobre tudo isso e moldar nossas vidas, pensamentos e atitudes de acordo com sua Palavra, para que, como o texto de Romanos diz, experimentemos qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus!

terça-feira, 8 de maio de 2012

Criando meninas para a glória de Deus 1 - Por Simone Quaresma


Antes de falarmos sobre o que queremos ensinar para nossas meninas, precisamos nos questionar sobre o que nós pensamos e queremos para elas. Antes de incutir princípios e valores em nossas filhas, devemos rever os nossos, de acordo com a única regra para a nossa fé e para a nossa prática de vida diária – a Bíblia.
Somos forçadas, então, a nos fazer algumas perguntas: O que pensamos do papel da mulher no lar? Como avaliamos aquilo que a Bíblia requer de nós? Temos nos submetido com alegria a essas ordenanças? Somos fruto da nossa época ou temos remado contra a maré, reafirmando as verdades bíblicas? Almejamos para nós e para nossas filhas aquilo que o presente século impõe, ou o que a vontade de Deus, expressa nas Escrituras, nos aponta? Feitas estas reflexões, podemos, então, nos despir da roupagem da vã ideologia mundana e rever os padrões da Palavra de Deus.
Talvez você ainda nem seja mãe, talvez sua menininha ainda use laçarotes, brinque de bonecas, ou, quem sabe, ainda nem tenha aprendido a andar, mas a formação da mulher que ela será já começou! Mesmo inconscientemente, e sem nenhuma intenção formal, estamos forjando o caráter de nossas filhas pelo exemplo. Nossas atitudes, visão de mundo, valores não comunicados e ensinos verbais construirão a esposa e mãe que ela será um dia. Por vivermos num mundo que anda na contramão do Evangelho, e por causa do nosso próprio pecado, é essencial que haja um treinamento árduo e um ensino constante, que se contraponha aos conceitos que são exaustivamente “ensinados” pelo mundo às nossas filhas sobre: casamento, feminismo, romance, submissão, criação de filhos, o papel do homem e da mulher na família, etc.
Abordaremos, então, dois pontos que considero essenciais para analisarmos nossa própria conduta: que tipo de mulher e de esposa tenho sido.
QUE TIPO DE MULHER TENHO SIDO? 
Para que possamos desenvolver em nossas filhas todas as qualidades requeridas da mulher, segundo a Bíblia, precisamos, primeiramente, conhecer estes valores e cultivá-los em nós mesmas. Quais são os adjetivos que temos perseguido para nós? Temos almejado ser reconhecidas como mulheres que brilham no mundo da moda ou no meio acadêmico? Temos lutado por manter nossas casas sempre no mais deslumbrante modelo de arquitetura e decoração? Temos gasto nosso precioso tempo investindo em artifícios para brilharmos nas festas e eventos para os quais somos convidadas? Temos enfeitado e feito brilhar apenas o que é exterior? Se temos procedido dessa forma, se nosso foco é o presente século, aqui mesmo já temos nossa recompensa.
A mulher piedosa, e que deseja viver de acordo com o chamado que Deus conferiu a ela, não devotará sua vida a futilidades exigidas por este mundo mal, que jaz no maligno. Ela desejará para si e para sua filha um modelo mais alto, mais sublime. Ela se preocupará não com o que as amigas acham dela, de sua casa ou de seu novo penteado, mas o que Deus vê quando olha para ela. Este foi o padrão estabelecido por Deus através do apóstolo Paulo: “Da mesma sorte, que as mulheres se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas)” I Timóteo 2:9 a 11. Pedro também nos exorta a cultivarmos a beleza que durará para sempre e não murchará com a idade: “Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparatos de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus.” I Pedro 3:3 e 4. Que linda advertência! Nosso trajo de boas obras é incorruptível! Enquanto tudo que fazemos, para nos manter bonitas e na moda, passa – se rasga, fica velho – investir no homem interior traz frutos eternos! Por isso, devemos avaliar nossa vida, prioridades e ao que temos dado importância, em que temos investido tempo, dinheiro e esforços. Nos dedicamos, intensamente, ao ouro, prata e pedras preciosas; ou madeira, feno e palha? Lembremo-nos sempre que, no último dia, será o fogo que provará nossas obras!
QUE TIPO DE ESPOSA TENHO SIDO?
Quando falamos de crianças, devemos nos lembrar que elas assimilam nossos exemplos, copiam nossa forma de ver a vida, mesmo quando não sabem se expressar Necessitamos corrigir nossa visão de casamento e submissão ao marido, se quisermos que nossas filhas sigam os caminhos que Deus exige delas. Nosso modelo de casamento será seu modelo. Nossa submissão, nossa forma de tratar e respeitar a autoridade de nossos maridos será seu espelho. Antes de questionar o tipo de mãe que preciso ser, necessito rever o tipo de esposa que sou. Devemos perseguir o alvo de sermos a esposa assim descrita por um Puritano: “a melhor companheira na fortuna; a mais adequada e pronta assistente no trabalho; o maior conforto nas tribulações e pesares; e a maior graça e honra que pode haver a quem a possui.” Sendo o tipo de mulher que o SENHOR definiu para nós, e não a cartilha feminista, estaremos aptas a criar nossas meninas através do nosso caráter moldado e transformado segundo as normas da Palavra de Deus.
Em artigos subsequentes, falaremos a cerca de aspectos práticos que devemos desenvolver em nossas meninas, para que elas obtenham a graça de serem esposas e mães que glorifiquem ao Senhor, e produzam para o Seu Reino frutos eternos e imarcescíveis, que não murcham, que não se corrompem! Deus nos auxilie nesta longa, árdua e deliciosa tarefa de criar meninas para refletirem Sua Glória!

Simone Quaresma é casada há 23 anos com o Rev. Orebe Quaresma, pastor da Igreja Presbiteriana de Icaraí e da Congregação Presbiteriana de Ponta da Areia em Niterói, Rio de Janeiro. Professora de educação infantil, deixou a profissão para ser mãe em tempo integral de 4 preciosidades: Lucas (20 anos), Israel (18 anos), Davi (16 anos) e Júlia (14 anos). Ela mantém o blog Se Eu Gostasse de Ler…  de leituras diárias para os jovens da Congregação pastoreada por meu marido; é professora da classe de jovens e trabalha com a SAF da Igreja onde ele é pastor auxiliar.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A viúva pobre




Jesus sentou-se em frente do lugar onde eram colocadas as contribuições, e observava a multidão colocando o dinheiro nas caixas de ofertas. Muitos ricos lançavam ali grandes quantias. Então, uma viúva pobre chegou-se e colocou duas pequeninas moedas de cobre, de muito pouco valor. Chamando a si os seus discípulos, Jesus declarou: "Afirmo-lhes que esta viúva pobre colocou na caixa de ofertas mais do que todos os outros. Todos deram do que lhes sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver". Marcos 12:41-44 (NVI)

    Gosto muito desta pobre viúva. Sua história é contada tanto em Marcos 12 quanto em Lucas 21.1-4. Mesmo sendo tão pobre, sua oferta é a maior de todas. Gostaria de deixar dois aspectos desta história para refletirmos.

     ELA FOI ALÉM!!! 
     Em sua motivação, a viúva foi além. Em contraste com fariseus e hipócritas a viúva deu o seu melhor e Jesus via sua intenção. Para os fariseus, ofertar 10% de seus ganhos cumpriria suas obrigações com a Lei. Mas para ela, a importância dada à oferta fez com que doasse tudo o que possuía. 
     Nossos gestos podem não ser errados, mas Deus vê a motivação de nosso coração. E como ele instou com os fariseus, pois, no quesito "cumprimento da Lei", eram os melhores. Mas no quesito "obediência interior" fracassavam. Cumpriam a Lei para aplacar a consciência e para serem notados e admirados. 
     E que bom conhecer esta viúva! Sua acertada motivação nos leva a refletir em nossos próprios motivos para obedecer. Deve sempre haver o questionamento naquilo em que se faz. Se desejo ir à Igreja, por que desejo? Para cumprir rituais? Para exercer uma religiosidade? Para adorar a Deus e manter a comunhão com crentes fiéis que me ajudarão a serví-lO? Se desejo ler a Bíblia, por que desejo? Para aprender mais sobre Deus e crescer na fé? Para mostrar que a conheço? Para cumprir algum tipo de tarefa? Se desejo me vestir, por que uso determinada roupa? Por que faço exercícios? Por que tenho estas amizades? Por que? Por que? Nada devemos fazer para sermos vistos e elogiados ou para cumprirmos certos rituais. E tudo, absolutamente tudo, pode ser feito com alegria, mesmo que ninguém valorize. Em minha caminhada tenho conhecido mulheres aflitas e tristes por trabalharem em casa, como eu. A sociedade nos ensina que a satisfação está diretamente ligada à dedicação em uma carreira profissional. Não é errado trabalhar fora, mas muitas mulheres enfrentam tremendas crises por não se encaixarem no padrão da mulher bem sucedida. E o trabalho maravilhoso (e mandamento do Senhor) de cuidarmos de nossa família passa a ser um peso nas costas, pois não é valorizado. Já que Deus vê nossa motivação, que tal desempenharmos nossos trabalhos com afinco, mesmo que ninguém nos elogie ou que estejam fora dos padrões da mulher moderna?

    E também deixo aqui um pequeno exercício para reflexão:
    Leia   Gl 1.10,    Cl 3.23,     1Co 15.58.  Em que contexto estão estes trechos? Quais suas relações com o texto da viúva pobre? 
     
     Seja qual for sua ocupação, todo trabalho deve ser feito para o Senhor em primeiríssimo lugar. E a benção vem à medida que submetemos nossas motivações à vontade de Cristo!


     ELA FOI ALÉM!!!
     Em sua contribuição, ela foi além. De sua pobreza ela deu tudo o que tinha para viver. Com a motivação do coração correta, ela contribuiu com o seu melhor e foi elogiada por Jesus. Que grande honra! Quem não  gostaria de receber esta dádiva de ser notada pelo próprio Deus? Os discípulos entenderam o recado: os ricos deram de suas sobras! 
     Deus não pretende que o sirvamos com 99% de nossa vida (incluindo os recursos de que dispomos). Ele quer 100%! Aliás, aquilo que, de bom grado, Ele nos deu é para ser devolvido a Ele que é o dono de todas as coisas. Mas na prática o melhor investimento que fazemos é em nós mesmos, em nossos filhos, em nossa carreira e nem sempre depositamos tudo aos pés de Cristo, sequer lembramos de orar e agradecer pelo que nos dá.    
     Deus quer 100%:
     - da minha casa (convidando pessoas, recebendo-as para hospedagem, reuniões, enfim, o convívio do próprio Corpo de Cristo...)
     - da minha roupa (usando o necessário, doando a quem precisa mais do que eu...)
     - do meu serviço (dedicando aquilo que sei fazer ou minha profissão para a expansão do reino, limpando a igreja, a casa de alguém que precisa...)
     - da minha família (envolvendo meus filhos em serviços para o reino....)
    Alguns exemplos foram citados, mas cada mulher sabe de sua condição e de seu envolvimento com uma igreja. Deus não quer as sobras de nossa energia! 
     Que nós, mulheres de Deus, saibamos ir além, como foi a pobre viúva que alegrou o coração do Senhor!

 
 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Recém-Nascido 3 - Rotina

     Gosto muito de um livro intitulado "Nana Nenê" de Gary Ezzo e Robert Buckman. Eu o ganhei de minha mãe quando engravidei do meu primeiro filho. E como foi bom (obrigada, mãe)!!
     Seu objetivo é conscientizar as mães da importância da rotina na vida do bebê, pois assim, em poucas semanas, cerca de oito, seu filhote já é capaz de distinguir entre dia e noite e possivelmente estará dormindo, num intervalo de mamadas, de oito a nove horas. Funcionou perfeitamente com meu primeiro filho e está no processo com meu segundo bebê que já fica sem mamar das 22h às 5h desde a quinta semana de vida.
     Alguns abominam o método. Eu o achei muito coerente e importante (principalmente se você não tem babá nem faxineira e acumula ainda uma série de outros compromissos) e gostaria de compartilhar alguns dos diversos conselhos deste livro. Um dos autores é um pediatra muito experiente.

- Mantenha uma rotina de alimentação em intervalos de três horas (eu fiz assim: 7h, 10h, 13h, 16h, 19h, 22h e mais uma mamada de madrugada em que o bebê acordará sozinho, nos demais horários acorde-o se estiver dormindo e mantenha-o acordado até que o período de amamentação termine).
- Siga a rotina: amamentação + tempo acordado + tempo dormindo (nos primeiros dias de vida é impossível o tempo acordado, mas assim que o bebê começar a ficar mais desperto, inclua este tempo). Amamentação + tempo acordado = 1h30 e tempo dormindo = 1h30.
- Se em oito semanas seu filhote anida estiver fazendo a mamada da madrugada tente ir esticando o horário em que ele mama.. Ex: se ele acorda todo dia às 5h, experimente fazê-lo esperar até às 5h30, quando você perceber que ele já se habitou ao novo horário, experimente chegar até às 6h, e assim vai, até chegar no horário em que você deseja que ele desperte todos os dias. Um pouco de choro é normal para fazê-lo esperar a hora, já que ele vai querer mamar por força do hábito (o relógio biológico é incrível). Uns 15-20 minutos de choro não vão desidratá-lo, nem matá-lo, ele não ficará psicótico quando adulto, sequer vai lembrar dessas noites e, acredite, aconteceu comigo e com outras amigas que agiram assim, em algumas noites isso passa e você terá um bebê dormindo a noite toda e uma mãe mais disposta e feliz para cuidar dele!

     Os autores dão ainda muitas outras dicas, como tipos de choro, desenvolvimento do bebê, criando gêmeos, leite materno X leite artificial, uso da chupeta, do berço, cercadinho, morte súbita, fraldas, vacinação....
     Eu li e recomendo! Se você seguiu algum tipo de rotina que deu certo, seja por instinto ou por alguma leitura, compartilhe conosco. Peço isso porque tenho visto muitas mulheres completamente estressadas com crianças maiores de um ano que ainda não dormem a noite. Estes dias soube de um pediatra que virou papai e compartilhou que tudo o que ele estudou na faculdade sobre a livre demanda é muito lindo, perfeito, porém na prática nenhuma mãe aguenta oferecer o peito cada vez que o bebê chora, pois ela não conseguiria fazer absolutamente mais nada e que a rotina era o melhor caminho para uma mãe mais tranquila. Foi irônico ao dizer que acredita que o autor da livre demanda era um homem! Rs...
     À todas as mães um sono tranquilo!!!!!!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Recém-Nascido 2 - Amamentação

     Sabe aquela cena de uma mãe cantando para o seu bebê enquanto ele mama em seu peito bem quietinho e por quase uma hora??? Pois bem, esse filme nunca passou aqui em casa. Assim que meu filho nasceu e foi trazido até mim coloquei-o para mamar. Levou uma semana para que conseguisse encaixar a boca no mamilo e, quando conseguiu, até sangue saiu de tão machucados e fissurados que estavam meus mamilos. Na altura de seu primeiro mês comecei a pensar que não tinha produção de leite suficiente por causa de sua inquietação ao peito, o fato de não conseguir tirar uma gota sequer de leite, seja manualmente ou na bombinha e também porque ao fazer a complementação com leite artificial ele mamava tudo e caía num soninho profundo. Além de que nunca ficou mais que dez minutos em cada seio. Conclusão óbvia: acabou meu leite! Qual não foi minha surpresa quando o médico insistiu que eu parasse a complementação e deixasse-o mamar apenas no peito por um mês para fazermos um teste. Neste mês ele chorou, esgoelou, esperneou! Mas ganhou o peso adequado, o que significava que o meu leite satisfazia suas necessidades. Continuei com o peito (e com muita paciência) por conhecer seus benefícios e saber que era o melhor alimento que poderia oferecer a ele e que ainda o protegeria. Amamentei até seus nove meses e meio e parei apenas porque estava esperando outro bebê. Tudo se normalizou em poucos meses e, ao final, concluí que toda aquela inquietação ao peito era resultado da imaturidade do sistema digestivo.
     Amamentação é um momento maravilhoso entre mãe e bebê, mas é um grande aprendizado para ambos e pode ser bem difícil até "engrenar". Sei porque sofri na pele, mas olhando para trás a satisfação é muito grande pela perseverança: é saúde para o bebê, vale a pena!
   Se por alguma razão você NÃO puder amamentar, não sofra com isso, você não é uma mãe ruim! Acontece, sim, com algumas mulheres e nem por isso seus filhos serão menos inteligentes ou felizes por isso. Curta ao máximo o SEU processo de amamentação e cuidados com seu bebezinho. Tudo passa muito depressa e saudades com certeza virão!

Profissão de Mãe


Ser mãe: minha profissão


Minha carreira exige muito de mim. Tenho grandes responsabilidades e sou rigidamente cobrada por cada uma delas. Mal o dia amanheceu e já estou trabalhando. Não tenho direito a férias ou feriados. Alguns resultados são a longo prazo e nem sei se estarei viva para colhê-los. Houve momentos em que não dormi mais que duas horas por noite, pois estava engajada, e durante o dia não pude fazer as unhas ou ler um livro, porque não me sobrou tempo. 

Diferente de algumas profissões a que escolhi é exaustiva. Porém, estou sempre sorrindo, sinto que a cada dia minha vida ganha a plena realização que foi destinada a ter. Não sei se das minhas gargalhadas brota o suor ou se do suor surgem minhas gargalhadas, pois no meu ambiente de trabalho tem festa a toda hora. Desde o momento em que optei por essa vida percebo quanta força possuo, pois sou testada até meu limite e além dele. Uso essa força que descobri para não murmurar ou gritar ou brigar e, assim fazendo, vejo que a ganho em dobro. 
A minha carreira é a melhor do mundo. Me faz feliz, realizada, me trás ocupação e sentido para toda a vida. De alguma maneira me salva. Me trás esperança todos os dias e muito otimismo: mesmo que outros desistam, eu acredito! Me faz conhecer melhor a Deus, entender seu amor sem igual. E, sim, me leva a adorá-lo e admirá-lo ainda mais! A carreira que escolhi me mostra Seus milagres em todo tempo.
Retorno financeiro? É, essa carreira não tem! Mas quer salário melhor que a alegria de ver o desenvolvimento de seus filhos? De ensiná-los e educá-los pessoalmente? De deixar bons cidadãos para a sociedade? De sorrir o tempo inteiro? De se sentir plena, respeitada e valorizada ainda que a sociedade recrimine sua escolha? De revivenciar a infância? De rejuvenescer? De aprender a se importar? De fazer pesquisas exclusivas de gastronomia, puericultura, biologia, medicina, astronomia, pedagogia, moda, administração, logística, educação física... ??? De aprender a fazer muitas coisas ao mesmo tempo e se tornar muito mais produtiva? De dar adeus a ociosidade? De lembrar das histórias bíblicas com muito mais detalhes? De deixar um legado na terra? Se mencionasse todos os benefícios inclusos aqui ninguém leria esta nota. 
Outras profissões são excelentes! Mas queria dizer a todos quantos lerem este texto que a minha profissão é a melhor do mundo! E que eu vou continuar nesta carreira, esperando que Deus edifique a minha casa. Garantia total do sucesso? Não tenho. Meus filhos serão adultos e farão suas próprias escolhas. Mas quero poder olhar para trás com a consciência de que, na minha profissão, eu dei o melhor de mim: a minha própria vida!

Recém-Nascido 1 - Cólicas

     Geralmente as cólicas aparecem num mesmo horário e se caracterizam por choro intenso acompanhado de contrações da barriga e perninhas do bebê. Os médicos dizem que não há muito o que fazer já que a causa é uma imaturidade temporária do sistema digestivo que se normaliza entre o terceiro e quarto mês da criança. Meu primeiro filho chorava intensamente das 19h às 22h todos os dias. Tentei massagens, banho quente, funchicória e até medicação orientada pelo pediatra. Nada funcionou! De repente, na altura de seu terceiro mês, tudo mudou. Da noite para o dia não houve mais cólicas. É necessário, sim, observar a dieta da mãe, ter calma, paciência e o colinho quente e gostoso do papai para aliviar um pouco a mãe e o bebê!

Dicas

Estrias:
Para prevenir seu aparecimento é essencial uma boa hidratação da pele. Passar um óleo pela manhã na região das coxas, quadris, barriga e seios (com exceção dos mamilos) e um hidratante pela noite auxiliará neste processo preventivo. Usei dois cremes específicos que indico como o "Payot Maternité" e o "Luciara" da Bayer, ambos excelentes, porém seu ginecologista pode indicar o creme ideal para você.

Enjôos:
Durante os primeiros quatro meses não houve solução para os meus enjôos, acredite, tentei de tudo e passei muito mal. Porém o que geralmente se recomenda é a ingestão de alimentos saudáveis (frutas, legumes, integrais...) em intervalos de três horas para que o estômago não fique vazio. Algumas mulheres relatam melhoras com a ingestão de frutas cítricas, porém o problema é agravado naquelas com histórico de doenças estomacais.

Exames

     Quando a mulher pretende engravidar, muito provavelmente seu ginecologista exigirá exames de sangue e clínicos para avaliar e eliminar prováveis doenças que afetariam sua gestação como hipertensão e diabetes e alguns outros que detectariam HIV e sífilis, o chamado teste sorológico.
     No primeiro trimestre de gravidez haverá um ultrassom transvaginal que dirá quantos bebês estão sendo formados. Depois deste, mais um ultrassom é feito para verificar se o bebê terá malformações e outras doenças, como síndrome de Down.
     No segundo trimestre o ultrassom morfológico também é pedido para avaliar a malformação dos membros e órgãos e também já é possível distinguir o sexo do bebê.
     No terceiro trimestre, mais especificamente depois da trigésima semana, outro ultrassom é feito para observar o crescimento do bebê e seus sinais vitais bem como sua posição prevendo o tipo de parto mais indicado. Este é um dos mais emocionantes já que é o último ultrassom antes da mãe ver o rostinho de seu filho pessoalmente!
     Estes são os prováveis exames de uma gestação normal e saudável. Cada médico deve avaliar quantos e quais exames devem ser pedidos. Tive duas gestações normais e, na última, já fazia parte da rotina médica o teste de curva glicêmica para casos em que a paciente estava no limite da normalidade no teste glicêmico.
     O acompanhamento médico é muito importante. Não deixe de conversar com seu médico sobre estes exames e curta muito, mamãe!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Abigail

   Abigail não é um nome muito citado ao longo das Escrituras. No entanto, sua aparição, relatada em 1 Sm 25.1-42 nos trás a enriquecedora história desta mulher que ousou em iniciativas de sabedoria que lhe pouparam a vida e de sua família. Acompanhe o texto:


"Samuel morreu, e todo o Israel se reuniu e o pranteou; e o sepultaram onde vivia, em Ramá. Depois Davi foi para o deserto de Maom. Certo homem de Maom, que tinha seus bens na cidade de Carmelo, era muito rico. Possuía mil cabras e três mil ovelhas, as quais estavam sendo tosquiadas em Carmelo. Seu nome era Nabal e o nome de sua mulher era Abigail, mulher inteligente e bonita; mas seu marido, descendente de Calebe, era rude e mau. No deserto, Davi ficou sabendo que Nabal estava tosquiando as ovelhas. Por isso, enviou dez rapazes e lhes disse: "Levem minha mensagem a Nabal, em Carmelo, e o cumprimentem em meu nome. Digam-lhe: ‘Longa vida para o senhor! Muita paz para o senhor e sua família! E muita prosperidade para tudo que é teu! ’ ‘Sei que estás tosquiando tuas ovelhas. Quando os teus pastores estavam conosco, nós não os maltratamos, e durante todo o tempo em que estiveram em Carmelo não se perdeu nada que fosse deles. Pergunte a eles, e eles lhe dirão. Por isso, seja favorável, pois estamos vindo em época de festa. Por favor, dá a nós teus servos e a teu filho Davi o que puderes’ ". Os rapazes foram e deram a Nabal essa mensagem, em nome de Davi. E ficaram esperando. Nabal respondeu então aos servos de Davi: "Quem é Davi? Quem é esse filho de Jessé? Hoje em dia, muitos servos estão fugindo de seus senhores.
Por que deveria eu pegar meu pão e minha água, e a carne do gado que abati para meus tosquiadores, e dá-los a homens que vêm não se sabe de onde? " Então, os mensageiros de Davi voltaram, e ao chegarem, relataram a ele cada uma dessas palavras. Davi ordenou a seus homens: "Ponham suas espadas na cintura! " Assim eles fizeram e também Davi. Cerca de quatrocentos homens acompanharam Davi, enquanto duzentos permaneceram com a bagagem. Um dos servos disse a Abigail, mulher de Nabal: "Do deserto, Davi enviou mensageiros para saudar o nosso senhor, mas ele os insultou. No entanto, aqueles homens foram muito bons para conosco. Não nos maltrataram, e, durante todo o tempo em que estivemos com eles nos campos, nada perdemos. Dia e noite eles eram como um muro ao nosso redor, durante todo o tempo em que estivemos com eles cuidando de nossas ovelhas. Agora, leve isso em consideração e veja o que a senhora pode fazer, pois a destruição paira sobre o nosso senhor e sobre toda a sua família. Ele é um homem tão mau que ninguém consegue conversar com ele". Imediatamente, Abigail pegou duzentos pães, duas vasilhas de couro cheias de vinho, cinco ovelhas preparadas, cinco medidas de grãos torrados, cem bolos de uvas passas e duzentos bolos de figos prensados, e os carregou em jumentos. E disse a seus servos: "Vocês vão na frente; eu os seguirei". Ela, porém, nada disse a Nabal, seu marido. Enquanto ela ia montada num jumento, encoberta pela montanha, Davi e seus soldados estavam descendo em sua direção, e ela os encontrou. Davi tinha dito: "De nada adiantou proteger os bens daquele homem no deserto, para que nada se perdesse. Ele me pagou o bem com o mal. Que Deus castigue a Davi, e o faça com muita severidade, caso até de manhã eu deixe vivo um só do sexo masculino de todos os que pertencem a Nabal! " Quando Abigail viu Davi, desceu depressa do jumento e prostrou-se perante Davi, rosto em terra. Ela caiu a seus pés e disse: "Meu senhor, a culpa é toda minha. Por favor, deixa a tua serva lhe falar; ouve o que ela tem a dizer. Meu senhor, não dês atenção àquele homem mau, Nabal. Ele é insensato, conforme o seu nome significa; e a insensatez o acompanha. Contudo, eu, tua serva, não vi os rapazes que meu senhor enviou. "Agora, meu senhor, juro pelo nome do Senhor e por tua vida que foi o Senhor que o impediu de derramar sangue e de vingar-se com tuas próprias mãos. Que teus inimigos e todos os que pretendem fazer-te mal sejam castigados como Nabal. E que este presente que esta tua serva trouxe ao meu senhor seja dado aos homens que o seguem. Esqueça, eu te suplico, a ofensa de tua serva, pois o Senhor certamente fará um reino duradouro para ti, que travas os combates do Senhor. E em toda a tua vida, nenhuma culpa se ache em ti. Mesmo que alguém te persiga para tirar-te a vida, a vida de meu senhor estará firmemente segura como a dos que são protegidos pelo Senhor teu Deus. Mas a vida de teus inimigos será atirada para longe como por uma atiradeira. Quando o Senhor tiver feito a meu senhor todo o bem que prometeu e te tiver nomeado líder sobre Israel, meu senhor não terá no coração o peso de ter derramado sangue desnecessariamente nem de ter feito justiça com as próprias mãos. E, quando o Senhor tiver abençoado a ti, lembra-te de tua serva". Davi disse a Abigail: "Bendito seja o Senhor, o Deus de Israel, que hoje a enviou ao meu encontro. Seja você abençoada pelo seu bom senso e por evitar que eu hoje derrame sangue e me vingue com minhas próprias mãos. De outro modo, juro pelo nome do Senhor, o Deus de Israel, que evitou que eu lhe fizesse mal, se você não tivesse vindo depressa encontrar-me, nem um só do sexo masculino pertencente a Nabal teria sido deixado vivo ao romper do dia". Então Davi aceitou o que ela havia lhe trazido e disse: "Vá para sua casa em paz. Ouvi o que você disse e atenderei o seu pedido". Quando Abigail retornou a Nabal, ele estava dando um banquete em casa, como um banquete de rei. Ele estava alegre e bastante bêbado, e ela nada lhe falou até o amanhecer. De manhã, quando Nabal estava sóbrio, sua mulher lhe contou todas essas coisas; ele sofreu um ataque e ficou paralisado como uma pedra. Cerca de dez dias depois, o Senhor feriu a Nabal, e ele morreu. Quando Davi soube que Nabal estava morto, disse: "Bendito seja o Senhor, que defendeu a minha causa contra Nabal, por ter me tratado com desprezo. O Senhor impediu seu servo de praticar o mal e fez com que a maldade de Nabal caísse sobre sua própria cabeça". Então Davi enviou uma mensagem a Abigail, pedindo-lhe que se tornasse sua mulher. Seus servos foram a Carmelo e disseram a Abigail: "Davi nos enviou a você para levá-la para tornar-se mulher dele". Ela se levantou, depois inclinou-se rosto em terra e disse: "Aqui está a sua serva, pronta para servi-los e lavar os pés dos servos de meu senhor". Abigail logo montou num jumento e, acompanhada por suas cinco servas, foi com os mensageiros de Davi e tornou-se sua mulher." 1 Samuel 25:1-42 (NVI)
   Por alguma razão, Davi precisava entrar nas terras de Nabal e esperava sua cooperação uma vez que protegeu seus homens e suas ovelhas quando estes estavam com ele. Abigail ficou sabendo o que seu marido respondeu aos homens de Davi e teve duas ações de sabedoria para com Davi:

1- Embora sendo Nabal um homem extremamente mau, Abigail PROTEGEU SEU MARIDO.

   Mesmo podendo perder a vida diante da fúria de Davi, ela assumiu a culpa, chamando atenção para o seu erro e não para o erro de Nabal. Ela não foi cúmplice dele, tampouco o acobertou (v.25), porém chamou a responsabilidade do erro para si. Sua atitude foi oposta à de Adão e Eva no jardim, onde um empurrou esta responsabilidade para o outro (Gn 3.12 em diante). De maneira corajosa ela se interpôs entre Davi e Nabal, protegendo o seu marido, sua família, seus servos e todos os de sua casa. Penso que chamar a responsabilidade de um erro para si é, de fato, um ato de coragem. Nossa natureza é auto-idólatra e, qualquer que seja o erro, assumir a culpa é ir contra a própria natureza. A vontade de se defender, pelo menos para mim, é quase incontrolável e é preciso um exercício no pedido de perdão. A situação fica pior quando se trata de assumir a culpa em lugar de um marido maldoso e grosso. Aplausos à Abigail!
   Dois outros textos me vêm à mente. Pv 31.23 nos lembra de um marido que foi elogiado pelo procedimento de sua esposa, um relacionamento onde o marido brilha, pois por trás dele está aquela que torna as coisas favoráveis e fáceis para ele. Falar disso hoje em dia choca qualquer pessoa. Em épocas de busca por posições elevadas e méritos alcançados, não parece certo receber a glória em lugar de outra pessoa, soa como uma usurpação. Mas a mulher que entende seu papel e se preocupa com as coisas do alto, de fato, não se importa em ceder o lugar de honra ao seu esposo, pois sabe que será elogiada diante de Deus e, por vezes, das próprias pessoas que a cercam. 1 Pe 3.1 mostra que a mulher deve ganhar seu esposo através do bom procedimento. O bom senso atinge mesmo o mais ímpio pecador e, no mínimo, apresenta-lhe o caminho em que deveria estar trilhando. Mais do que a importunação por meio das palavras, a mulher sábia edifica sua casa com suas atitudes.
   Quantas vezes, em lugar de protegermos nosso marido, o expomos para amigas ou em reuniões? Quantas vezes apontamos o erro de nosso cônjuge aos filhos como uma forma de nos justificarmos e conseguirmos aliados? Como Abigail, estaremos salvando nossos lares à medida que protegemos nosso marido, mesmo que este seja muito mau.

2- Abigail foi HUMILDE.


   Além de chamar a responsabilidade para si, Abigail agiu como uma serva. Os versos 41 e 42 mostram que ela reconhecia Davi como uma autoridade e estava disposta a fazer qualquer serviço, mesmo o mais porco - lavar os pés era considerado um serviço para escravos e ela se dispõe a tal serviço mesmo na condição de futura esposa de Davi. Abigail nos ensina hoje o que Jesus também nos ensinou quando disse: 


"Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo,e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos". Mateus 20:26-28 (NVI)

   Se o próprio Filho de Deus agia como servo, que dirá de nós, homens pecadores? Quantas vezes nos consideramos tão superiores ou tão dignas que servir alguém parece um serviço sujo? Preparar uma refeição, lavar ou passar uma roupa, escrever uma carta, visitar alguém doente, oferecer-se na limpeza da igreja, ou na casa de alguém impossibilitado, buscar um copo de água ou, pense você em algum tipo de serviço que lhe possa parecer chato ou pesado, demandam também um exercício. Ainda mais nos tempos modernos em que a mulher exige dividir as tarefas de casa com o esposo, já que também se encontra inserida no mercado de trabalho. Talvez, de fato, tenhamos conquistado este direito. Mas o próprio Jesus não renunciou os seu direitos para viver entre nós? Você se lembra dos direitos que, como Deus, Ele possuía? 
Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! Filipenses 2:5-8 (NVI)


   Abigail se colocou como serva de Davi e nos inspira hoje a que nos coloquemos a disposição do nosso próximo - e, claro, a irritação paira sobre algumas mulheres quando dizemos que "nosso próximo mais próximo" é nosso marido. No âmbito do relacionamento conjugal é que mostramos quem realmente somos. Dificilmente se consegue usar uma máscara durante anos a fio. O esposo sempre conhece as qualidades e defeitos de sua esposa e vice-versa. Se encontramos dificuldades para serví-lo, quanto mais dificuldades teremos de servir outras pessoas! Por isso, convoco você hoje para que, junto comigo, deixemos nossos "direitos" de lado para agradarmos àqueles a nossa volta; Deixemos a murmuração de lado, a indiferença, o orgulho, a falta de iniciativa e busquemos, através da capacitação de Deus e do exercício do domínio próprio, o bem maior de quem está conosco. E, acredite, eu sou a primeira que precisa se aprimorar neste exercício. Mas entendo que preciso dessa humildade e, se é para agradar a Deus, penso que o preço da renúncia vale a pena. E mais, penso que Deus nos retribuirá conforme nossas obras! Já diz a velha frase: "Quem não serve, não serve!"


   Que você e eu aprendamos, na prática, com as atitudes de Abigail, a sermos mulheres sábias, que edificam e protegem seu lar com humildade! Por mais difícil ou equivocado que estas lições pareçam, acredite, começando a praticá-las você verá que os resultados são os melhores e, quem sabe, você possa compartilhá-los comigo e incentivar outras mulheres nesta caminhada!